A social-democracia é um conjunto de ideias políticas, centradas na prevalência do estado de bem estar social, surgido no fim do século XIX em alas do marxismo que acreditavam que a transição para o socialismo poderia se dar sem uma revolução e sim por meio da natural evolução democrática num ambiente capitalista. Evidentemente, essas ideias tiveram severa oposição de Lênin, Trotsky, Rosa Luxemburg e outros.
De fato, em meados do século XX, ocorreu algum avanço social em países europeus que aplicaram a social-democracia. Dentre estes pode-se citar a França, a Alemanha, a Holanda e, nomeadamente, os países escandinavos.
Ao final do século XX, entretanto, a prolongada convivência com o capitalismo, em vez de domá-lo, terminou por contaminá-la e hoje já se vê claros sinais de doença e ruptura na social-democracia em boa parte dos países do ocidente europeu.
A rigor, pode-se afirmar que a social-democracia europeia perdeu-se asfixiada pelo neoliberalismo, um conjunto de doutrinas capitalistas oposto ao estado de bem estar social. A financeirização da economia, o excesso de liberdade para o capital e a pura e simples especulação ensejaram a atual crise global do capitalismo e, com ela, a austeridade em oposição à prosperidade
produzida pela intervenção sadia do estado que tinha como resultantes a educação, a saúde, a moradia, a segurança, o trabalho e a renda.
O neoliberalismo é a doutrina baseada na lei do mais forte, na hegemonia dos mercados e no capitalismo selvagem.
No Brasil, a social-democracia surgiu tarde e pode ter vida curta. O Partido da Social Democracia Brasileira – o PSDB – nasceu de uma cisão do velho MDB (que foi tolerado pela ditadura) no final da década de 80 do século passado. Apesar de contar com figuras dignas em seu quadro inicial, logo associou-se ao que havia de pior no país falando-se politicamente: associou-se a resíduos da ditadura (ARENA e mais tarde PFL) para obter votos nos rincões. Conseguiu eleger e reeleger o presidente da República nos anos 90. Elegeu ainda governadores, expressivas bancadas parlamentares e prefeitos naquela fase de euforia.
Hoje, no entanto, o quadro é outro. Segundo as pesquisas mais recentes, o PSDB tem pouca ou nenhuma chance de eleger o prefeito em 8 das maiores capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Recife. Em Salvador, importante capital do nordeste, o PSDB não apresentou candidato. Em Fortaleza, o candidato tucano traz no nome a marca da ditadura - Marcos Cals – e tem muito poucas chances.
Assim, os principais sinais vitais da social-democracia brasileira apresentam um quadro de colapso. Sua vida provavelmente será curta. Sem ter seus quadros eleitos, morrerá a social-democracia brasileira em plena adolescência?
Nenhum comentário:
Postar um comentário