A moderna civilização tem usado intensamente a energia para a produção de trabalho. Trabalho que se vê em toda a cadeia produtiva industrial, nos transportes de pessoas e cargas e no uso doméstico. Seria difícil imaginar nosso mundo atual sem o consumo de energia nos níveis em que ele se dá hoje. Na verdade, o consumo de energia está associado ao desenvolvimento das sociedades. Um dos indicadores de avanço de uma sociedade é o seu consumo de energia per capita. Dentre os fatores que influenciam o cálculo do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) está o consumo de energia per capita de um país. O quadro abaixo nos dá alguns exemplos deste indicador.
|      País  |          Consumo de energia per capita (toe)* - 2006  |    
|      EUA e Canadá  |          7,8  |    
|      Japão  |          3,9  |    
|      Europa Ocidental  |          3,7  |    
|      Brasil  |          2,5  |    
|      China  |          0,6  |    
(*) toe – toneladas equivalentes de petróleo
É imensa a disparidade no consumo energético entre os países. Para um nível de desenvolvimento bastante similar, os EUA e o Canadá consomem o dobro da energia dos países da Europa Ocidental, o que permite concluir que há baixa eficiência - ou desperdício - no uso da energia na América do Norte. Por outro lado, os 1,3 bilhão de chineses ainda têm um longo caminho a percorrer para atingir os padrões dos países desenvolvidos. 
Outra questão bastante evidente é que a humanidade não conseguiu, até aqui, produzir energia sem agredir o planeta e a vida. O quadro a seguir nos dá uma idéia da intensidade com que utilizamos as atuais fontes de geração de energia em larga escala.
|      Fonte de energia  |          Participação na matriz global  |    
|      Petróleo  |          35%  |    
|      Carvão  |          23%  |    
|      Gás natural  |          21%  |    
|      Lenha  |          9%  |    
|      Nuclear  |          7%  |    
|      Outras  |          8%  |    
Cerca de 80% da energia que o mundo consome é proveniente de fontes fósseis, grandes emissoras de carbono para a atmosfera. A participação da energia nuclear, embora pequena na matriz, apresenta riscos inerentes ao processo de geração e enormes dificuldades para lidar com os rejeitos radioativos. As grandes barragens produzem impactos ambientais e sociais significativos.
A principal fonte de energia da Terra é o Sol, responsável por mais de 99% do seu balanço energético. Cerca de 30% a 35% da energia solar incidente é diretamente refletida e espalhada de volta ao espaço. Aproximadamente 45% dela é absorvida pela atmosfera, pela superfície terrestre e pelos oceanos para ser convertida no calor que determina a temperatura ambiente. Outros 23% são consumidos na evaporação, convecção, precipitação e circulação superficial da água, formando o ciclo hídrico. O aproveitamento de pequena parcela da energia solar reduziria em muito a agressão ambiental e à vida. Entretanto, razões de ordem econômica têm impedido a inserção da energia solar em nossa matriz energética.
Até quando irá prevalecer o interesse econômico em detrimento do social? Eis a questão.

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